terça-feira, 18 de setembro de 2012

Festas Noturnas + Música eletrônicas = Drogas



Não é de hoje que o uso indiscriminado de drogas é associado às baladas eletrônicas. Governos de alguns Estados como o Rio de Janeiro e Santa Catarina chegaram inclusive a proibir a realização das raves, alegando que aquele era um território livre para a prática de atos ilícitos. A grande quantidade de ecstasy apreendida no país nos cinco primeiros meses do ano (mais de 10 mil comprimidos) também chamou atenção das autoridades e da imprensa, gerando repercussão em vários veículos de circulação nacional.
Só para citar os casos mais recentes, a Rede Record exibiu em março uma matéria gravada durante o Carnaval, em uma das várias raves que aconteceram no período. O VT apelava para imagens de pessoas passando mal, outras fumando maconha (ou seria cigarro comum?), outras usando um simples vick-vaporub enquanto o repórter narrava o drama do viciado em cocaína, que cheirava mais um pouco da sua droga.
Na semana passada, Hebe Camargo soltou comentários bem impertinentes a respeito da cena eletrônica. Por sorte, ela tinha em seu grupo de convidados a inteligente Marília Gabriela, que defendeu as festas como ninguém. Terminou sua defesa afirmando que “as raves são legais sim”. Ela sabe do que fala.
Na última edição da Veja, a reportagem intitulada “A perigosa balada do ecstasy” trouxe, inclusive, um “ranking” das casas noturnas e festas de São Paulo onde a droga se faz presente. Chegou a citar nomes de clubes e eventos de renome, que empregam pessoas, geram divisas e pagam impostos.
Não estamos aqui para fazer apologia ao uso de drogas, pelo contrário: é óbvio que qualquer iniciativa no sentido de alertar a população ou mesmo coibir o uso dessas substâncias é louvável. O errado é fazer associações tão infantis e infundadas como esta. Já foi a época em que a cocaína era associada aos roqueiros, que o ácido era associado aos hippies, que a maconha era associada aos amantes do reggae. Todos nós sabemos que hoje as drogas estão por todos os lados e não é o estilo musical ou a balada que define o seu uso.
A Circuito, uma das empresas citadas na matéria, soltou um comunicado respondendo à matéria publicada na revista Veja. Como a publicação não se deu ao trabalho de ouvir os dois lados da história, nós achamos por bem divulgar a carta na íntegra.

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